sexta-feira, 6 de junho de 2008

Augusto dos Anjos X Rubens Fonseca II

Última parte da análise das obras

O naturalismo ainda se revela nos textos dos autores quando utiliza uma linguagem agressiva atribuindo características animalescas ao ser humano, ou ainda, mostrando o lado escondido e escuro de cada um de nós.

É possível então recordarmos de uma das três grandes desilusões que a humanidade sofreu, conhecidas como feridas narcisistas, quando Charles Darwin afirmou que o homem não foi criado à semelhança de Deus e ele era sim uma conseqüência do processo evolutivo das espécies, ou seja, a raça humana nunca ocupou um lugar privilegiado na natureza.

Em seus textos, Rubem Fonseca mostra a crua realidade humana a partir da violência que existe dentro de cada um, seja ela, física ou psicológica; e também costuma analisar como as pessoas tratam o fisiológico delas, como por exemplo, na obra Secreções, excreções e desatinos (19), onde é feita uma crítica do homem a partir do fisiológico de cada um, tratando o tema como se fosse algo externo a eles, com asco e vergonha.

Rubem Fonseca descreve seus personagens com riqueza dos detalhes, utilizando temáticas urbanas, violência e ironia, a partir de uma narrativa dinâmica, com reflexões inteligentes, dando a impressão que dentro de cada personagem criado existe uma angústia de viver e convidando o leitor a entrar na cena relatada.

Já Dos Anjos parece demonstrar em seu livro que não era uma pessoa feliz, não conheceu um grande amor, ou ainda, que não tinha uma perspectiva de vida. Em sua única obra, o poeta fornece ao leitor uma sensação nostálgica, instigando o leitor a questionar qual é o verdadeiro sentido da vida.

Após ler alguns poemas é possível entender que na verdade a vida não possui sentido, que nós é que temos que dar sentido a ela. O sentido encontrar-se em estar vivo, é a experiência de viver a dor ou o prazer, é como uma busca pela liberdade, levando-nos a uma viagem, fazendo escapar lágrimas de nossos olhos, retratando a nossa raiva, a nossa melancolia, o nosso sarcasmo, o nosso consolo, a nossa inspiração.

Podemos então entender como o naturalismo se encontra presente nos textos de Augusto dos Anjos e de Rubem Fonseca, a partir um olhar diferenciado de quem observa, compreendendo o mundo sobre outro ângulo, retratando de modo aberto e objetivo, diferentes temas.

Augusto dos Anjos X Rubens Fonseca I

Comentário sobre as obras de Augusto dos Anjos e Rubens Fonseca

A partir de uma comparação feita entre o poeta Augusto dos Anjos e o escritor Rubem Fonseca, podemos perceber que o naturalismo está presente na obra literária de ambos autores, pois os textos são impactantes; é como, por exemplo, imaginar uma ferida aberta com moscas em volta. Não importa qual é o tema se é moral ou amoral, o que importa é mergulhar no texto.

A obsessão e a solidão andam juntas nos poemas de Augusto dos Anjos quando ele fala sobre a morte, podemos ter essa percepção no trecho do poema Vozes da Morte; Agora sim! Vamos morrer, reunidos, tamarindo de minha desventura, tu, com o envelhecimento da nervura, eu, com o envelhecimento dos tecidos! Ou ainda, no trecho de O Caixão Fantástico; Célere caixão, e, nele, inclusas, cinzas, caixas cranianas, cartilagens oriundas, como os sonhos dos selvagens, de aberratórias abstrações abstrusas.

Nos trechos retirados da única obra do autor, Eu (1902), Augusto dos Anjos consegue transpor ao leitor a verdadeira sensação de viver em carne e osso, ou seja, entender que a qualquer momento tudo pode acabar, o coração pára de bater e você sente o sangue esfriar, contudo, ao mesmo tempo, acaba dando a vontade de viver intensamente.

Então, é mais fácil compreender que na verdade somos como um verme ambulante, pois todos vamos terminar da mesma forma, em baixo da terra, onde vivem os vermes. Dos Anjos convida o leitor a retirar a venda dos olhos e enxergar a verdadeira realidade, pois entende que ao ver a transformação da matéria morta, o homem se identifica com a própria podridão.

Esta idéia de colocar o homem em segundo plano também pode ser perceptível nos textos de Rubem Fonseca quando ele escreve sobre as classes baixas, miseráveis, ou ainda quando fala sobre sexo de um modo vulgar e explícito, tratando, muitas vezes, o homem como um bicho, pois não diz que fulano fez amor com fulana mas sim fudeu com fulana; baseando-se na observação fiel da realidade, abordando o sexo com um diálogo vivo e verdadeiro.

Seis anos sem Celiz Cruz

A cubana Celia Cruz foi uma das grandes cantoras do século XX, fazendo o mundo dançar o mambo e a salsa durante os últimos 50 anos. La negra, como também era conhecida, começou sua carreira em 1947 cantando tangos em emissoras de rádio e TV do Caribe. Anos depois, passou a integrar o grupo La sonora matancera, mas foi com a salsa que a intérprete se tornou popular em todo mundo.

Durante sua longa carreira lançou mais de 70 álbuns, conquistou 20 discos de ouro e 12 nomeações para os prêmios Grammy. Venceu em 2002 a categoria melhor álbum de salsa com La negra tiene tumbao. Foi a última vez que Celia Cruz cantou no palco do Grammy, onde foi aplaudida por grandes nomes da música latina. Antes de encerrar sua apresentação a cubana gritou seu emblemático azúcar que foi adotado como lema no mundo da salsa.

O mais recente trabalho musical lançado pela gravadora da artista é o CD Celia Cruz – Êxitos eternos, que reúne grandes clássicos de sua carreira como Oye como va, Sazón e La vida es um carnaval. O álbum que conta com 12 temas gravados por Celia Cruz conquistou a lista dos mais vendidos no mercado da música latina.

No cinema, Celia Cruz atuou no filme The Mambo Kings, em 1992, ao lado de Antônio Banderas e Tito Puente. Em 2000, foi para o México gravar o dramalhão El alma no tiene color.

Nascida em 1925, a artista viveu por alguns anos no México antes de seguir para os Estados Unidos onde morou até o fim de sua vida. Celia Cruz deixou Cuba em 1959 devido ao regime de Fidel Castro e jamais retornou a ilha. Durante os últimos 40 anos, lutou nos Estados Unidos contra a Revolução Cubana. O maior sonho da intérprete era ver sua terra livre e Fidel Castro morto, mas foi vencida pelo tempo, falecendo em 2002, aos 78 anos, vítima de um tumor cerebral.

Celia Cruz foi casada com o também cantor cubano Pedro Knigth que faleceu no ano passado em meio a um escândalo envolvendo uma disputa pela fortuna deixada pela artista. O casal não teve filhos no casamento que durou 41 anos.

A última aparição de Celia Cruz foi no documentário Yo soy Del son a la salsa, que contava a história da música cubana. No ano passado, o produtor Raymond Ayala projetou, em homenagem a cantora, o espetáculo Celia – A vida e a música de Celia Cruz. A obra que contava a trajetória de um dos maiores ícones da salsa foi exibida em um teatro da Broadway, nos Estados Unidos.


quarta-feira, 4 de junho de 2008

Comentário Político

O brasileiro sonha a mais de 500 anos com dias melhores. Quando Lula foi eleito, o objetivo era dar um fim aos problemas do país. Porém, para a maioria da população, os eleitores de Lula sofreram uma enorme decepção, pois a corrupção, a violência e a fome persistiram em acompanhar o dia a dia do brasileiro. De quem é a culpa? Do Lula, que prometeu e nada fez. O programa Fome Zero? O Bolsa Família? Parece que não funcionou.

Os meios de comunicação de massa do país contribuíram para a construção de um verdadeiro descrédito nas palavras do presidente. O ex-metalúrgico que distribuiu autógrafos, nos primeiros quatro anos de seu governo, agora é vaiado por onde passa.

Mas o brasileiro é assim. Escolhe um candidato, vai às urnas, dá o voto e depois quer tirar quem elegeu do governo. Se Lula é corrupto, por que foi reeleito? Não era melhor votar em outro candidato? Por que não votamos em Heloisa Helena ou em José Serra?

Quem escolhe somos nós. O poder de decisão é nosso. Os problemas que o país está enfrentando hoje são o resultado de uma má administração dos diferentes políticos que já governaram o Brasil. É impossível resolvê-los em quatro ou oito anos.

Matamos nossos índios, adquirimos uma dívida externa absurda ao longo dos anos, destruímos a Amazônia. Depois a culpa é do Lula que não sabe governar.

Série de Entrevistas: Cursos de Extensão, Férias e Projetos de Pesquisa

A faculdade Estácio de Sá está com inscrições abertas para cursos de extensão, férias e projetos de pesquisa. Cerca de 100 pessoas já estão matriculadas nas atividades que contam com uma equipe de 40 professores qualificados. Naturopatia, Lei de Incentivo Cultural, Libras, Ikebana e Línguas Estrangeiras são algumas atividades oferecidas.

Segundo Mirela Berendt Pinto da Luz, coordenadora do Núcleo de Pesquisa, Extensão e do Programa de Treinamento Profissional (PTP) da faculdade, a Estácio de Sá também promove parcerias com empresas públicas e privadas para contribuir com a inclusão social.

“O objetivo do PTP é desenvolver atividades que contribuam para um melhor relacionamento pessoal e com a realização de projetos sociais dentro das comunidades carentes”, diz.

Maiores informações podem ser obtidas nos telefones 3381.8042 e 3381.8047. As vagas são limitadas.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Dois Estudos de comunicação Visual

Vale a pena ler a obra Dois Estudos de Comunicação Visual, lançado em 1995, da autoria de Washington Lessa, designer e professor da Escola Superior de Desenho Industrial.

O livro é uma análise das diversas reformas que ocorreram no Jornal do Brasil (1891), parte delas promovida por Amílcar de Castro, em seu planejamento gráfico ao longo dos anos. A mudança desempenhando um importante papel na história do design no país.

As evoluções gráfico-visuais dos periódicos influenciaram a formação atual da imprensa. O Jornal do Brasil (JB) faz parte da modernização do jornalismo pós-guerra, devido à intensa reforma na qualidade das informações e seu desenvolvimento no mercado.

Essa mudança é dividida em três etapas; a primeira ocorre de junho de 1956 a maio de 1959, quando acontecem as principais modificações com a retirada dos títulos em negativo, molduras, fios horizontais e fio entre colunas, a segunda começa em junho de 1958 e permanece até abril de 1961, quando ocorre a experimentação e a terceira e última, que surge em maio de 1961 e é caracterizada pela consolidação da reforma no início dos anos 60.

Série de Entrevistas: Acidente Vascular Cerebral

Todos os anos milhares de pessoas são vítimas do acidente vascular cerebral, mas conhecido como AVC. A poluição, a violência e a vida agitada nos grandes centros urbanos fazem com que a doença se torne comum entre homens e mulheres após os 50 anos de idade. A obesidade, o sedentarismo e o tabagismo podem contribuir com o aparecimento da lesão.

Entretanto, para o fisioterapeuta Jackson Gullo, após sofrer o AVC a vítima pode apresentar uma melhora significativa caso adote um modo de vida saudável. Em sua dissertação de mestrado Gullo defende que a prática regular de atividades físicas, uma alimentação adequada e o lazer são indispensáveis no tratamento de pessoas que sofrem com as seqüelas da doença podendo apresentar uma melhora significativa.

“O AVC causa um grande prejuízo social. A vítima acaba ficando dependente da família, pois a lesão pode comprometer toda a coordenação motora dependendo do nível da doença. O ideal é o paciente se manter sempre que possível ativo, assim o AVC se manifesta cada vez menos”, afirma Jackson.

A coleta de dados começará em setembro e cerca de 40 pacientes serão estudados. Será feita uma avaliação no início da doença e seis meses após a lesão. Gullo é formado há três anos pela Universidade do Estado de Santa Catarina, Udesc, e atualmente é fisioterapeuta da clínica da faculdade Estácio de Sá, em São José.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Série de Entrevistas: Desvio Fonológico e Fonético

É comum a dificuldade na linguagem da criança nos primeiros anos de vida. Os pais devem estar atentos, pois pode ser o início de um desvio fonológico e fonético, conta Nanci Rebello, estudante de fonoaudiologia da Estácio de Sá.

A acadêmica apresentará no final do ano um levantamento das alterações mais freqüentes na linguagem e na fala de crianças entre três e dez anos como trabalho de conclusão de curso.

Nanci irá coletar dados em prontuários de cerca de 30 pacientes estudados entre os meses de março e novembro do ano passado. “Antes da coleta os pacientes passaram por uma avaliação e um acompanhamento, onde pôde ser observada a evolução de cada um”, contou Nancy.

A estudante diz que problemas emocionais podem contribuir para o agravamento do problema. “Quanto mais cedo os pais detectarem as dificuldades na linguagem e na fala da criança, maior será o sucesso do tratamento de um possível desvio fonológico e fonético”, afirma.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Série de Entrevistas: Atendimento jurídico na Estácio de Sá


O Núcleo de Prática Jurídica (Nupraj) da faculdade Estácio de Sá completa três ano em agosto. IInaugurado no dia do advogado, o núcleo é coordenado pela professora Estanil Ouro Imburgue Weber e conta com o apoio de seis professores, todos advogados, e 250 alunos, onde grande parte pretende ingressar na magistratura.

O Nupraj tem como finalidade prestar assistência jurídica integral a pessoas que tenham uma renda mensal de até quatro salários mínimos e segundo a coordenadora, o diferencial do núcleo está na conciliação.

- Não existe um ganhador ou um perdedor. O objetivo é que todos saiam vencedores, contou Estanil.Todo semestre os funcionários do núcleo participam de palestras com psicólogos da faculdade para melhorar cada vez mais o atendimento ao público.

Para ser atendido é necessário estar em mãos com o RG, CPF, comprovante de residência e de renda. O cliente então é encaminhado a uma equipe, onde passa por uma triagem. O Nupraj atua na área previdenciária e administrativa, no direito de família, divórcios e ações, com exceção da área trabalhista, mas mesmo assim, se compromete em dar encaminhamento ao cliente, onde ele possa buscar auxílio. Atualmente existe cerca de 80 processos tramitando na justiça.

O Núcleo de Prática Jurídica da Faculdade Estácio de Sá de Santa Catarina está localizado no hall de entrada da faculdade, na avenida Leoberto Leal, em Barreiros, São José. O horário de funcionamento é de segunda à sexta-feira, das 8 h às 12 h e das 13 h às 17 h. O telefone para contato é 3381.8079.

Foto: Fernando Tizon

Instinto de Repórter de Elvira Lobato

Resenha do livro de Elvira Lobato lançado em 2005 pela Publifolha

O livro Instinto de Repórter, escrito pela jornalista Elvira Lobato, reúne 11 grandes reportagens investigativas elaboradas por ela, com temas que fizeram parte da história política do Brasil. Na obra, a escritora revela todos os caminhos que percorreu para transformar uma simples reportagem em algo que pudesse contribuir de certa forma com uma mudança no rumo de diferentes personagens da comunicação, política, religião, etc.

A reportagem de maior destaque do livro é o capítulo Uma TV para Gugu (Augusto) Liberato, pois podemos verificar o quanto a jornalista foi responsável pelo cancelamento da concessão conquistada pelo apresentador a partir de uma instigante investigação.

Outra reportagem interessante é Os evangélicos que queriam comprar a Vasp, quando Elvira relata o caso de um grupo religioso que estaria fazendo a compra da empresa aérea. O texto pode até ser observado, a partir de um outro olhar, como cômico, pois o comprador estava com o telefone celular cortado e havia passado um cheque com 50 % do valor da venda da empresa sem fundo – e ainda ligou a cobrar para o responsável pelo cancelamento da linha para reclamar.

A qualidade do texto e a importância dos fatos narrados no livro conquistam o leitor desde o início quando, por exemplo, o ex-presidente Fernando Collor de Mello se exibe nos jornais com uma pá para ajudar a fechar os poços que seriam utilizados para testes nucleares.

Instinto de repórter é um livro que vale a pena ser lido por todo jornalista que sonha em trabalhar em casos que envolvam grandes investigações, descrevendo cuidadosamente os passos para o produto final.